
De 20 a 31 de outubro de 2025 os olhares de quem se preocupa com a Educação no Brasil estarão voltados para a Rede Pública de Ensino. Nesse período, acontece o SAEB (Sistema de Avaliação da Educação Básica) – uma ferramenta de avaliação que permite diagnosticar a qualidade da educação oferecida nas escolas públicas e em parte da rede privada de todo o Brasil.
Os resultados do SAEB são combinados com informações do Censo Escolar, como taxas de aprovação, reprovação e abandono escolar, para compor o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). Esse índice é um dos principais indicadores da qualidade da educação brasileira e serve como referência para o repasse de recursos federais às redes de ensino. Quem participa desse processo são estudantes do 5º e 9º anos (avaliação do Ensino Fundamental), e 3ª e 4ª série do Ensino Médio e Médio Técnico. O 2º ano dos Anos Iniciais participa de modo amostral, até o momento.
Vamos entender melhor como isso funciona?
Criado em 2007 pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o IDEB é mais do que um número. Como principal indicador de qualidade da educação no Brasil, ele alia dois fatores fundamentais: a aprendizagem dos estudantes e a progressão escolar. Só isso já nos diz que a aprendizagem escolar nunca pode estar desvinculada da realidade e do contexto social dos estudantes, uma vez que isso influencia sua permanência no ambiente escolar e, evidentemente, seu desenvolvimento e aprendizagem.
Como o IDEB é Calculado
A fórmula do IDEB é relativamente simples, mas extremamente reveladora:
IDEB = Proficiência × Fluxo
- Proficiência: medida pelo desempenho dos estudantes em Língua Portuguesa e Matemática, nas avaliações bianuais.
- Fluxo escolar: corresponde à taxa de aprovação dos estudantes, refletindo a capacidade das escolas de manter os estudantes avançando nas séries sem repetência ou abandono. Mas aqui é importante ressaltar que não basta ter uma boa taxa de aprovação se houver mau rendimento de notas. O inverso também vale: ter boas notas no SAEB, mas uma alta taxa de reprovação ou abandono escolar não é positivo. O que indica sucesso é aliar esses dois pontos!
Essa combinação determina o índice, que pode variar de 0 a 10. Escolas ou redes de ensino só alcançam notas altas se conseguirem, ao mesmo tempo, bons resultados de aprendizagem e baixas taxas de reprovação e evasão.
Para que esses números se traduzam em aprendizagem real, o professor precisa de tempo e ferramentas práticas. O Ensina GPT ajuda educadores a planejar aulas, gerar relatórios e criar atividades com inteligência artificial, em poucos minutos.
Panorama Atual do IDEB
O Brasil tem avançado lentamente em suas metas. De acordo com os dados do INEP (2023), o país alcançou 6,0 para os anos iniciais do ensino fundamental, ficando na média da meta projetada para essa etapa. No entanto, os anos finais (4,9) e o ensino médio (4,2) continuam aquém do esperado. Essa discrepância revela que ainda há grandes desafios para garantir não apenas a alfabetização, mas também a continuidade da aprendizagem ao longo da trajetória escolar, oferecendo subsídios para uma formação plena que permita o acesso dos jovens à vida acadêmica ou a melhores oportunidades na vida adulta.
O resultado do IDEB é importante para estudantes, famílias e educadores, uma vez que esse índice também influencia diretamente na destinação de recursos para os estados e municípios.
Impacto do Investimento Público no IDEB
Estudos mostram que há correlação entre o nível de investimento em educação e os resultados obtidos pelas escolas no IDEB, mas o fator não é linear. Pesquisas do IPEA (2022) apontam que a qualidade do gasto é tão ou mais importante do que o volume investido.
Ou seja, municípios que aplicam recursos de forma planejada — investindo em formação docente, infraestrutura adequada e materiais pedagógicos consistentes — tendem a alcançar notas mais altas, mesmo com orçamento menor do que outras redes.
Além disso, análises do Todos Pela Educação (2023) destacam que escolas com gestão eficiente e práticas pedagógicas estruturadas conseguem resultados mais consistentes, independentemente da renda média local. Isso reforça a ideia de que políticas públicas devem priorizar tanto o financiamento adequado quanto a boa aplicação dos recursos.
Desafios e Consequências
A baixa evolução do IDEB em determinadas etapas pode apontar problemas estruturais, como:
- alta reprovação no ensino médio;
- desigualdades regionais significativas;
- dificuldade de manter os estudantes engajados até a conclusão da educação básica.
Esses fatores têm impacto direto no futuro do país. Segundo o Banco Mundial (2021), o baixo desempenho educacional no Brasil pode reduzir o crescimento econômico em até 2,5% ao ano no longo prazo.
Caminhos para avançar
É evidente que existem perspectivas e possibilidades de avanço, mas todas passam pelo comprometimento global de estudantes, famílias, escola e poder público. Para que o IDEB reflita avanços mais consistentes, algumas ações são fundamentais:
- Investir na formação inicial e continuada dos professores, e também na sua valorização;
- Garantir condições estruturais nas escolas (infraestrutura, tecnologia e materiais de apoio);
- Adotar metodologias inovadoras e eficazes, que promovam engajamento e aprendizagem significativa;
- Fortalecer a educação integral, criando espaços de desenvolvimento cognitivo, social e emocional;
- Reduzir desigualdades regionais, com foco em políticas públicas direcionadas às redes mais vulneráveis.
O IDEB é um indicador essencial para medir os avanços e desafios da educação brasileira. Mais do que um número, ele mostra a necessidade de investimento responsável, políticas públicas eficazes e práticas pedagógicas inovadoras. Afinal, garantir a aprendizagem de qualidade para todas as crianças e jovens não é apenas uma meta educacional, mas também um projeto de nação.
Não há como pensar em futuro sem passar por uma educação de qualidade, comprometida e eficiente. As famílias precisam apoiar os projetos que incentivam a frequência e permanência da criança e do adolescente na escola. Mas também devem se envolver em casa, mostrar interesse pela vida escolar dos filhos e incentivar cada criança e adolescente na rotina de estudos.
A gestão precisa apoiar a equipe, proporcionar formação continuada, olhar para as necessidades de cada professor e da comunidade, alinhar as realidades de sua escola e buscar soluções de longo prazo, com trabalho consistente e eficaz.
O poder público precisa colocar a educação no topo das prioridades, investindo com eficiência e compromisso, valorizando os profissionais que fazem do ambiente escolar um lugar de crescimento, fiscalizando e adequando cada investimento e projeto para o melhor resultado.
Com o apoio certo, o investimento constante e o interesse real de todas as esferas, cada estudante terá as ferramentas certas para avançar, crescer e se desenvolver da melhor forma. Uma educação com compromisso no agora garantirá um futuro melhor para toda a sociedade!
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Referências
INEP. Resultados do IDEB 2023. Brasília: Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira, 2023. Disponível em: https://www.gov.br/inep.
IPEA. Gasto público em educação e seus efeitos na aprendizagem. Brasília: Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, 2022.
TODOS PELA EDUCAÇÃO. Anuário da Educação Básica 2023. São Paulo, 2023.
BANCO MUNDIAL. Um ajuste justo: análise da eficiência e equidade do gasto público no Brasil. Washington, 2021.

Autora: Amanda Helena é jornalista e professora, com licenciatura em Letras e especialização em Linguística aplicada à Educação, Neurolinguística e Produção e Revisão de Textos. Atualmente, é Analista de Operações Sênior no grupo Vitae Brasil.