Na era da inclusão, reconhecemos a importância fundamental de acolher e valorizar a diversidade em todas as suas formas. Nesse contexto, é essencial não apenas abraçar a inclusão, mas também cultivar um entendimento profundo e respeitoso das experiências e identidades das pessoas com deficiência. Isso inclui não ser capacitista, ou seja, não discriminar ou menosprezar alguém por causa da sua deficiência.
O uso de linguagem ofensiva, adjetivos e metáforas que remetem a deficiências desvaloriza as pessoas com deficiência, perpetuando outras formas de opressão e é uma forma do capacitismo linguístico.
O capacitismo linguístico refere-se ao uso de linguagem que perpetua estereótipos e preconceitos sobre pessoas com deficiência, desvalorizando suas experiências e identidades. Isso pode incluir o uso de termos depreciativos, metáforas negativas ou linguagem que pressupõe inferioridade com base na deficiência.
Por exemplo, expressões como “andar como um aleijado” ou “ser cego para algo” não apenas desrespeitam as pessoas com deficiência, mas também reforçam uma visão limitada e negativa de suas capacidades.
O capacitismo linguístico pode ter um impacto significativo, perpetuando a discriminação e marginalização das pessoas com deficiência, e é fundamental reconhecê-lo e desafiá-lo em nossa comunicação cotidiana.
Uma parte desse processo é utilizar terminologias corretas e respeitosas ao nos referirmos às pessoas com deficiência, reconhecendo sua individualidade e dignidade. Ao adotarmos uma linguagem inclusiva e consciente, contribuímos para um ambiente mais igualitário e empático, onde todos têm a oportunidade de serem valorizados e compreendidos plenamente.
Neste cenário, é crucial reconhecer os termos que devem ser evitados devido ao seu potencial discriminatório e capacitista, e aqueles que devem ser proferidos para promover uma linguagem inclusiva e respeitosa. A seguir, apresentamos uma tabela indicativa desses termos, incentivando a reflexão sobre o vocabulário utilizado e a adoção de práticas mais inclusivas no dia a dia.
Além de utilizar os termos adequados, é essencial tratar sempre a pessoa pelo seu nome próprio, evitar qualquer forma de infantilização ou uso de diminutivos ao se referir a ela. Ao interagir, dirija-se diretamente à pessoa e não ao seu acompanhante, se presente.
É importante reconhecer que pessoas com deficiência podem viver de forma independente, desempenhar atividades cotidianas e obter sucesso acadêmico e profissional. Devemos valorizar seus êxitos sem vinculá-los à sua deficiência, reconhecendo-as como indivíduos capazes e talentosos em suas próprias trajetórias.
A importância de ouvir atentamente as preferências individuais das pessoas com deficiência em relação à linguagem utilizada para se referir a elas não pode ser subestimada.
Ao fazer isso, demonstramos um compromisso genuíno com a inclusão e o respeito pela autonomia e dignidade das pessoas com deficiência. Isso cria um ambiente mais acolhedor e empático, onde todas as vozes são valorizadas e respeitadas.
A linguagem que usamos ao nos referir a pessoas com deficiência reflete não apenas nosso respeito, mas também nossa compreensão e apreciação pela diversidade humana. Ao reconhecer suas habilidades, conquistas e potencialidades, contribuímos para um ambiente mais inclusivo e acolhedor para todos.
Vamos continuar aprendendo e evoluindo juntos, promovendo uma cultura de respeito e valorização da diversidade em todas as nossas interações.
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Referências
PLATINI, Michel. Terminologias adequadas para o tratamento às pessoas com deficiência na era da inclusão. Secretaria da CPD (Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência). Disponível em: https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-permanentes/cpd/arquivos/140923_Cartilha_PCDdigital.pdf | Acesso em 06/05/2024.
ANDI – Agência de Notícias dos Direitos da Infância e Fundação Banco do Brasil. Mídia e Deficiência. 2003. Disponível em: https://andi.org.br/wp-content/uploads/2020/09/Midia_e_deficiencia.pdf| Acesso em 02/05/2024.
Autora: Paula Rodrigues é Especialista em Neurologia Cognitiva e Processos de Aprendizagem, Mestranda em Intervenção Psicológica no Desenvolvimento e na Educação, e Coordenadora de Programas Especializados do grupo Vitae Brasil.